Gostaria de agradecer a oportunidade de publicar neste modesto
espaço reflexões que possuem o escopo de levar a construção do conhecimento em
conjunto. Meu primeiro post tratará de uma breve reflexão sobre os
acontecimentos recentes no palco mundial, que diga -se passagem estão mais
impactantes do décadas atrás.
Presenciamos um momento ímpar nas relações
internacionais, que pela primeira vez as regras do jogo estão mudando. Quando
veríamos a "maior" economia do mundo, entrar em uma profunda crise
semelhante á ocorrida em 1929, perdendo a cada dia mais e mais o seu posto de
Hegemonia, onde veríamos países considerados "tijolos"- BRICS[1] - passando de países
emergentes da periferia á economias de mercado, quando veríamos países do
oriente médio e do norte da África se levantarem em revoltas populares para
derrubar regimes "democráticos" de 30 ou 40 anos de um mesmo
governante. Além de conflitos não "acompanhados" pela mídia
contemporânea no interior da África, surgira uma guerra no Iraque e agora uma
intervenção militar liderada pela OTAN[2] que mais pareçem serem lideradas
por algum dos "Macleod" pois sempre possuem uma previsão de serem
rápidas porém, como os Macleod são guerras que não acabam e tendem a durar
eternamente aumentando a agonia do povo que se encontra no meio do fogo
cruzado.
A guerra, o embargo econômico, a corrupção,
enfim o que chamamos de Hard Power[3], começam a perder sua
utilidade nas Relações Internacionais, dando lugar ao Soft Power[4] sendo representado pela
diplomacia em si, que acaba consistindo no diálogo. Em um documento publicado
pelo Wikileaks versa que a diplomacia tupiniquim é considerada uma das mais
temidas no cenário mundial entrando para a lista negra das grandes potências e isto
de uma certa forma é um avanço pois podemos alcançar um fim sem o uso de poder
bélico ou sanções, seria aquela velha parábola "... poder ter e abster -se
de ter é poder duas vezes, poder ser e abster-se de ser é poder três vezes e
assim por diante...".
Para nós na condição de cosmopolitas ver o
nosso país e outros como a China e a Índia passarem a serem tratados como
economias desenvolvidas na OMC[5], dada a declaração de um
dos seus principais relatores, Pascal Lamy, onde em um documento de 600 páginas
versa que há dois lados de uma moeda, os emergentes e os desenvolvidos
existindo um profundo abismo entre eles mas isto poderia ser resolvido se ambos
fossem tratados de uma maneira igual, sem hegemonia.
Dizem sobre o fim da OMC mas acho muito pouco
provável, mas não este o escopo que quero levá-los a reflexão e sim de uma nova
R.I. que está surgindo de uma maneira bem sutil, dialética, quebrando
barreiras, sendo incorporada á culturas, unindo de norte á sul, leste á oeste,
ou seja onde pessoas se tornarão indivíduos , fruto de suas escolhas, então
todos os acontecimentos resultarão a partir de agora a volta do diálogo ou em
outras palavras o fortalecimento do Soft Power. Por isso estamos chegando
próximo á primavera nas R.I.s no qual os fortes não serão mas os fortes mas
darão espaço para os emergentes, surgindo outros atores internacionais.
Portanto concluo que como diria o grande Sebastian do "Abuse e use"
nesta primavera a moda é o diálogo.
[1]
Foro de debate econômico, derivado de uma previsão do economista Jim O’Neil do
grupo Goldman Sachs, que apontou Brasil, Rússia, Índia e China como os países
que em 2050 terão posse de cerca de 50% da economia mundial; Recentemente a África
do Sul entrou para este foro, onde foi acrescentado a letra S (de South Africa),
formando assim a sigla BRICS;
[2]
Sigla para Organização do Tratado do Atlântico Norte;
[3] Termo
cunhado por Nye e Keohane;
[4]
Idem;
Mandou bem Nicolas!
ResponderExcluirGostei da forma como voce escreveu o texto,usando algumas referências teóricas do que aprendemos na sala de aula ,junto com o uso de varias figuras de linguagem para ilustrar melhor o seu pensamento.
Parabens!!