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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A festa do euro


Mais do que desgraça no programa do Datena, a " crise " do Euro vêm se tornando tema corriqueiro nas mídias nacionais, são feitas análises, previsões, deixando parecer o destino do Euro e da União Européia uma espécie de loteria no qual ganhará aquele que especular mais.
Pois bem, fala-se muito que o mundo está em crise e que uma recessão global é a consequência mais obvia, já que as grandes locomotivas como os E.U.A. , União Européia estão estagnadas, sem falar da China que está começando a dar sinais que sua economia não está crescendo tanto como antes, como vocês podem acompanhar na " The Economist " desta semana os efeitos da crise na china é abordado com sérias preocupações. Voltando a questão da U.E. toda esta situação complexa pode ser bem esclarecida com uma metáfora que foi discutida no programa " em pauta " da Globo news pelo Prof. Gunter (coordenador do curso de Relações Internacionais da Faap) e mais dois outros especialistas em economia internacional.
A comparação que é feita, faz nos refletir e imaginar a União Européia como uma grande festa, para se entrar nesta festa se faz mister o uso de trajes á rigor. Todos os 17 países que querem possuir o Euro, o grande prêmio da noite, são convidados. Entretanto alguns países como Portugal, Itália, Grécia e Espanha não possuiam um smoking e precisaram alugar um já que era apenas para uma noite. Tudo bem a festa aconteceu e no final da festa as " nações" foram embora, Grécia, Itália, Espanha e alguns outros convidados foram devolver seus smokings mas a Alemanha e França não precisaram devolvê-los, pois já haviam comprado os seus smokings para a festa.
A questão é a Alemanha e a França já haviam se preparado para a "festa" , fizeram as reformas e adotaram as políticas de austeridade em um tempo hábil para a consolidação do Euro, enquanto que os países como a Grécia, Espanha e Itália por exemplo, entraram na festa mas precisamente não se preocuparam com o fato de que era realmente necessário ter comprado o smoking, ou seja os países realmente fizeram as reformas profundas para aguentar os efeitos de uma moeda única? Ademais souberam lidar com os efeitos de não possuir mais soberania monetária, ficando a mercê de um consenso ao invés de uma política nacional.
Uma característica que podemos observar é a volta do colonialismo, até surgindo a oportunidade de criar um neologismo de " colonialismo monetário" na União Européia onde os países da zona do Euro perderam a voz justamente por estarem com suas dívidas altissímas e precisando dançar conforme a música do grupo " Mercozy", que ditas as regras para os 17 países integrantes do Euro.
Dez anos são dez anos, isto não podemos mudar, o impacto que o Euro teve nas economias não se questiona mas imaginar as consequências da sua não existência são complicadas. Infelizmente é o mercado que comandará o futuro do Euro através de seus planos mirabolantes de resgate, influenciando seus dirigentes a jogar com os bancos e contra o povo, ou aquilo que chamaríamos de "democracia" onde a cada dia sua luz fica mais fraca e pessoas que não são eleitas pelo povo chegam ao poder, não pelo povo mas pelo mercado, isto sim precisa mudar.

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